Só com amarras de amor, prende-se um lobo do mar...
(by jan)
Içaste as velas, navegaste no meu corpo
E como se fosses hábil marinheira
Levaste-nos para o leito de um rio de carícias!
A fim de garantir que não perderias o rumo,
Usaste teus braços, como leme, direcionando-nos
Até aportarmos na cama, onde nos desnudamos famintos,
Entregando-nos ao prazer, naquela noite plácida, calma,
Num gozo infinito, tantas vezes repetido, lentamente.
Sem usares cabrestante, espringues, lançantes ou retinidas,
Amarraste nosso barco, com teu carinho, cuidadosamente,
À beira do nosso caís de amor pleno, intenso, desmedido...
Para não retornarmos à realidade, nos beijamos muito,
Despertamos nosso desejo tanto tempo adormecido,
Afastados que estávamos sem razão e sem motivo.
Foi assim que fizemos, daquela noite, a única testemunha
Do nosso amor que, diferente do desejo, jamais adormeceu,
Agora sabemos, ao vê-lo atuar, o quanto é capaz ainda de nos envolver
E, após intensa e demorada tempestade, de nos levar a um caís tranqüilo
De infinito prazer que só sentem aqueles que se amam verdadeiramente,
Habitantes dos sonhos de deuses, seres intensamente apaixonados,
Eros no Olimpo, ao navegar de volta, para os braços de sua Afrodite,
Nas, agora, tranqüilas águas de um amor definitivo, quiçá para sempre!
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