sexta-feira, 12 de agosto de 2011

AMOR VIRTUAL


(by jan)

Nunca te vi,
Jamais, sequer, toquei no teu corpo,
Mas, mesmo ao longe, te sinto!
Não te olhei, ainda,
Nem nunca me vi no brilho dos teus olhos,
Nem provei do gosto da tua boca,
Mas ouvi a tua voz doce e delicada,
Soar em meus ouvidos, como música,
E nela encontrei toda a ternura que eu procurava,
A delicadeza que eu sempre almejei numa mulher.

Por isso, eu te quero, querida!
Mesmo sabendo que será difícil te ter,
Ousado, como sempre,
Pois, acredito em mim,
Sem receio, partirei ao teu encontro,
Para buscar-te ao longe,
Trazer-te, aconchegar-te em meu peito,
Porque creio que nada é impossível!
Mesmo sendo o nosso amor virtual,
O quê me importa?!
Só será assim por pouco tempo!
Meu corpo já clama pelo teu
E o teu implora pelo meu!
Não há mais como impedí-los
De se penetrarem,
De se fundirem, definitivamente,
Pois, na verdade, já nos amamos
E nada mais nos deterá,
Nem essa distância
Que insiste em nos separar.
Deus há de nos ajudar!

NO MEIO DAS TUAS COXAS

(by jan)

Lembro-me agora, com prazer:
Sem que eu precisasse te implorar,
Foste, entre todas, a mais generosa.
Ao acolheres, carinhosamente, a minha boca,
Naquela deusa no meio das tuas coxas.
Homenageando-te e dignificando-te,
Ajoelhei-me, como se eu implorasse aos céus,
Numa posição de beato cristão,
Eu a adorei, em minha língua, com paixão.

Naquele momento,
De inesquecível êxtase,
Ao vivenciar aquele imenso prazer,Fiquei cego e surdo, não via
E nem escutava mais nada,
Mas sentia tua linda fenda em minha boca ,
Ao sugar todo o prazer que, dela, espargias
Com uma alegria imensa, por saber
Que eras minha e à minha vida pertencias

Imortalizei-a, também!
Ao adorará-la como uma deusa,
Quando a descobri no meio das tuas coxas,
Onde naquelas ninfas sempre existiu,
Sem eu saber o quanto ela era importante
E o tanto que representava em minha vida,
Por tê-la tantas vezes desejado

DESCULPA-ME POETA!


(by jan)

Conheci Vinícius na França.
Lá, cônsul da minha pátria
e o melhor da minha lembrança.
Aqui, poeta do “Pátria minha”.
escrito, longe do seu solo, ainda no exílio,
por quem chorava, ao lado do filho.
Poema do chamado poetinha,
(pelo povo, como pode?)
Codinome que se contradiz
e nem por carinho se explica,
para quem a ele se aplica.
Isso é uma grande falta de respeito,
com quem para todos abriu seu peito,
toda sua alma e todo o seu coração.
Por quem, por seu país, sua mágoa chorou,
além de lhe doar o melhor da sua emoção
e de longe, sedento em seus versos, brotou
toda a saudade que o machucou.
Dele e de sua amada, no isolamento,
esse Homem cantou todo o seu tormento,
distante de seu país, no vazio do longo exílio,
longe do seu grande amor,
completamente sozinho, naquele frio,
Sem poder em sua “Ipanema”,
sentir seu sol e de seus amigos o calor,
em sua praia querida, em frente a rua,
onde, no bar que freqüentava, anos depois,
aquela “garota” compôs
(“Garota de Ipanema”, que mulher foi mais cantada?)
todos, agora, sabem, sua musa preferida...
Vendo-te e ouvindo-te, eu me rendo!
Agora, sei que não sou poeta, te lendo,
nem sequer pseudo esteta, compreendo.
Desculpa-me, grande poeta, conterrâneo,
minha ousadia, poeta meu, meu predileto!
Dos brasileiros, o que mais respeito,
Prometo-te, querido, nunca mais escrevo!
Minhas pseudo poesias, deixá-las-ei no leito.
Envergonhado, tentarei adormecê-las,
Ou enterrá-las em meus devaneios...
Jamais repita de novo, cada um tem seu estilo!
Poeta não tem estilo, tem inspiração,
para poder voar nas asas da quimera
com todo sentimento e muita emoção...

Só com amarras de amor...

Só com amarras de amor, prende-se um lobo do mar...
(by jan)

Içaste as velas, navegaste no meu corpo
E como se fosses hábil marinheira
Levaste-nos para o leito de um rio de carícias!
A fim de garantir que não perderias o rumo,
Usaste teus braços, como leme, direcionando-nos
Até aportarmos na cama, onde nos desnudamos famintos,
Entregando-nos ao prazer, naquela noite plácida, calma,
Num gozo infinito, tantas vezes repetido, lentamente.
Sem usares cabrestante, espringues, lançantes ou retinidas,
Amarraste nosso barco, com teu carinho, cuidadosamente,
À beira do nosso caís de amor pleno, intenso, desmedido...


Para não retornarmos à realidade, nos beijamos muito,
Despertamos nosso desejo tanto tempo adormecido,
Afastados que estávamos sem razão e sem motivo.
Foi assim que fizemos, daquela noite, a única testemunha
Do nosso amor que, diferente do desejo, jamais adormeceu,
Agora sabemos, ao vê-lo atuar, o quanto é capaz ainda de nos envolver
E, após intensa e demorada tempestade, de nos levar a um caís tranqüilo
De infinito prazer que só sentem aqueles que se amam verdadeiramente,
Habitantes dos sonhos de deuses, seres intensamente apaixonados,
Eros no Olimpo, ao navegar de volta, para os braços de sua Afrodite,
Nas, agora, tranqüilas águas de um amor definitivo, quiçá para sempre!

Alma-Poeta

Alma-Poeta

Ecos de amor no tempo.
(by jan).

Se duzentas vidas eu tivesse
E contigo todas as duzentas vidas eu vivesse,
Não haveria quem, nossa felicidade, impedisse,
Se a este imenso amor eu sobrevivesse.

Mas se este amor não resistisse,
Viver, duzentas vidas, plenamente,
Certamente, Deus, aos teus encantos, permitisse,
Seduzir-me definitiva e eternamente.